terça-feira, 25 de novembro de 2008

Coping no doente com dor crónica


RESUMO

Coping” é o que as pessoas fazem para tolerar eventos estressantes, entre os quais a dor está incluída. O estudo visou à identificação das estratégias para o enfrentamento da dor (“coping”) utilizadas por 89 doentes com dor crónica e à busca de associações entre estas e variáveis sociodemográficas dos doentes e características da dor. As estratégias de “coping” foram identificadas por meio da pergunta “O que melhora a sua dor?” e “O que ajuda no controle da dor?”, e classificadas de acordo com o proposto por Rosenstiel e Keefe(5) no Questionário de Estratégias de “coping” (QEC). Os doentes eram mulheres em 55,1% dos casos, a idade média foi 51,6 anos e o desvio padrão de 17,6 anos. Houve predomínio de doentes com escolaridade entre um a quatro anos (37%).

A dor era relacionada ao câncer em 35,9% dos casos, de origem muscular em 24,7% das vezes, neuropática em 13,5% dos doentes, de outra etiologia em 4,6% dos doentes e desconhecida no restante dos casos. Observou-se dor com intensidade igual ou superior a 5 em 70,8% das vezes (escala de 0 a 10). A média de intensidade de dor foi 6,4 (desvio padrão = 2,8), a mediana foi 7. As estratégias de “coping” mais utilizadas (92,4%) foram as da categoria realizar actividades específicas para o controle da dor (tomar remédio, aplicar calor local, deitar, entre outras). A 2a categoria mais escolhida foi rezar e esperar (4,7%), que compreende estratégias como rezar, ter fé em Deus, no médico, entre outras. A 3a categoria mais frequente (2,9%) foi realizar actividades gerais (sair de casa, fazer algo de que gosta, fazer algum trabalho, etc.).

Não se observaram estratégias pertencentes às categorias distrair a atenção, reinterpretar as sensações de dor, auto-afirmações de “coping”, ignorar sensações e catastrofização. A ausência de estratégias em diversas categorias e a pequena frequência de ocorrência em outras sugerem que os doentes têm repertório de estratégias de “coping” pobre, o que pode ser diagnosticado como “coping” ineficaz. Há necessidade de programas educativos sobre “coping” da dor.

Palavras-chave: Dor crónica, “coping”, terapêutica da dor, cognição.

Profa. Dra. Cibele Andrucioli de Mattos Pimenta1
Profa. Dra. Diná de Almeida Lopes Monteiro da Cruz1
Enfa. Geana Paula Kurita2

1 - Enfermeira e Doutora em Enfermagem e Professora Associada do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da USP.
2 - Enfermeira e Mestre em Enfermagem e Aluna de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem na Saúde do Adulto da Escola de Enfermagem da USP.

In, www.cuidadospaliativos.com.br, acedido em 25 de Novembro de 2008.

Sem comentários:

Para Ler e Ver...

  • Amara, Como cuidar dos nossos
  • Marie de Hennezel, Arte de Morrer
  • Marie de Hennezel, Diálogos com a Morte
  • Mitch Albom, As Terças com Morrie
  • Morrie Schwartz, Amar e viver: Lições de um mestre inesquecível
  • Tsering Paldrom, Helena Atkin e Isabel Neto, A dignidade e o sentido da vida: reflexões sobre a nossa existência