sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Cuidados Continuados em Nisa... Exemplo de boas práticas


A 18 de Dezembro de 2008, o Centro de Saúde de Nisa foi premiado pela Administração Regional de Saúde do Alentejo pelo esforço desenvolvido no âmbito dos cuidados continuados e paliativos. Conscientes de que ainda temos muito caminho a percorrer, para podermos abranger todos utentes no concelho de Nisa, congratulamo-nos pelo reconhecimento público desse esforço. Mais se refere que ao nível dos cuidados paliativos, estão já a decorrer reuniões para oficializar a constituição de uma equipa de suporte comunitário de cuidados paliativos, com o objectivo de aproximar os cuidados de saúde aos doentes e seus familiares, tentando proporcionar a melhor qualidade de vida e bem-estar possível a aqueles que sofrem. Á medida que este serviço for evoluindo mais informações serão prestadas neste local.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Compressão metastática da medula (Compressão medular)


A compressão medular é uma complicação rara do cancro. As pessoas com cancro correm o risco de que este se espalhe para outras partes do corpo, incluindo fígado, pulmões e ossos. Quando o cancro se espalha diz-se que surgem metástases. As metástases medulares são aquelas que afectam a coluna vertebral. Estas são dolorosas e podem levar à compressão da medula – as metástases pressionam os nervos que transportam as mensagens entre o cérebro e o resto do corpo.

Sintomas de metástases medulares:
 Dor na parte mediana ou superior das costas ou pescoço;
 Dor severa na parte inferior das costas, que se agrava ou não desaparece;
 Dor nas costas que é agravada quando se tosse, espirra ou quando se vai à casa de banho;
 Dor nas costas que dificulta o dormir;

Sintomas de compressão medular:
 Banda de dor nos braços, pernas ou à volta do corpo;
 Dormência, fraqueza ou dificuldade em usar pernas e braços;
 Dificuldade em controlar a bexiga e intestinos.

Tratamentos:
 Procure o seu médico com urgência;
 Analgésicos – Medicamentos para aliviar a dor;
 Bifosfanatos – Medicamentos que ajudam a aliviar a dor e proteger os ossos da coluna;
 Corticosteróides – Medicamentos que ajudam a reduzir o inchaço e aliviar a pressão do cancro na medula;
 Vertebroplastia – Injecções de um cimento de ossos especial na medula que ajuda a aliviar a dor e fortalecer a coluna;
 Radioterapia – Tratamento de radiação dirigido à coluna para destruir as células cancerígenas e aliviar a pressão na medula;
 Cirurgia – Operação para ajudar a aliviar a pressão na coluna vertebral e fortalecer esta.

Os profissionais de saúde podem pedir-lhe que se deite e tente ficar imóvel para reduzir o movimento e proteger a medula. Quando o seu médico assistente achar que o movimento não o colocar em risco pode começar por se sentar. Quando se conseguir sentar em segurança, por si só, pode pedir apoio para se deslocar.

Atenção:
Se a compressão medular não for tratada por provocar paralisia permanente e morte precoce.

(Adaptado das guias orientadoras para o tratamento da compressão medular desenvolvidas pelo “National Institute for Health and Clinical Excellence”, Novembro de 2008.)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Coping no doente com dor crónica


RESUMO

Coping” é o que as pessoas fazem para tolerar eventos estressantes, entre os quais a dor está incluída. O estudo visou à identificação das estratégias para o enfrentamento da dor (“coping”) utilizadas por 89 doentes com dor crónica e à busca de associações entre estas e variáveis sociodemográficas dos doentes e características da dor. As estratégias de “coping” foram identificadas por meio da pergunta “O que melhora a sua dor?” e “O que ajuda no controle da dor?”, e classificadas de acordo com o proposto por Rosenstiel e Keefe(5) no Questionário de Estratégias de “coping” (QEC). Os doentes eram mulheres em 55,1% dos casos, a idade média foi 51,6 anos e o desvio padrão de 17,6 anos. Houve predomínio de doentes com escolaridade entre um a quatro anos (37%).

A dor era relacionada ao câncer em 35,9% dos casos, de origem muscular em 24,7% das vezes, neuropática em 13,5% dos doentes, de outra etiologia em 4,6% dos doentes e desconhecida no restante dos casos. Observou-se dor com intensidade igual ou superior a 5 em 70,8% das vezes (escala de 0 a 10). A média de intensidade de dor foi 6,4 (desvio padrão = 2,8), a mediana foi 7. As estratégias de “coping” mais utilizadas (92,4%) foram as da categoria realizar actividades específicas para o controle da dor (tomar remédio, aplicar calor local, deitar, entre outras). A 2a categoria mais escolhida foi rezar e esperar (4,7%), que compreende estratégias como rezar, ter fé em Deus, no médico, entre outras. A 3a categoria mais frequente (2,9%) foi realizar actividades gerais (sair de casa, fazer algo de que gosta, fazer algum trabalho, etc.).

Não se observaram estratégias pertencentes às categorias distrair a atenção, reinterpretar as sensações de dor, auto-afirmações de “coping”, ignorar sensações e catastrofização. A ausência de estratégias em diversas categorias e a pequena frequência de ocorrência em outras sugerem que os doentes têm repertório de estratégias de “coping” pobre, o que pode ser diagnosticado como “coping” ineficaz. Há necessidade de programas educativos sobre “coping” da dor.

Palavras-chave: Dor crónica, “coping”, terapêutica da dor, cognição.

Profa. Dra. Cibele Andrucioli de Mattos Pimenta1
Profa. Dra. Diná de Almeida Lopes Monteiro da Cruz1
Enfa. Geana Paula Kurita2

1 - Enfermeira e Doutora em Enfermagem e Professora Associada do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da USP.
2 - Enfermeira e Mestre em Enfermagem e Aluna de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem na Saúde do Adulto da Escola de Enfermagem da USP.

In, www.cuidadospaliativos.com.br, acedido em 25 de Novembro de 2008.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Porque os doentes têm direito...

“É muito duro, mas tenho momentos de tamanha perfeição, liberdade e comunhão com todo o universo que me faz dizer alto e bom som que tudo vale a pena.”
(Rita Leitão, Junho de 2007)

...à dignidade! ...ao apoio! ...ao alívio! ...ao conforto! ...ao não estar só! ...ao ser feliz, mesmo que doentes!
Novo ano, nova comemoração do dia mundial dos cuidados paliativos. O que mudou num ano? O número de reportagens que vemos na televisão, rádio e revistas é sintoma de que as coisas estão a mudar no nosso país. Mais concretamente, no nosso distrito, até final de 2009, está prevista a abertura de uma unidade de cuidados paliativos no hospital Dr. José Maria Grande em Portalegre.
No entanto, no terreno, e dado que o número de pessoas e suas famílias que requerem apoio não pára de aumentar (não me refiro apenas aos doentes oncológicos, mas também a todos aqueles que por não terem a “doença maldita” quase que são esquecidos), os profissionais de saúde desdobram-se em esforços para ajudar aqueles que todos os dias pedem auxílio.
No entanto, cuidados paliativos não são cuidados de caridade, ou de bons corações. São cuidados que exigem tempo! Exigem disponibilidade! Exigem formação! Embora o afecto, e a capacidade de expressão deste, seja importante quando se prestam cuidados paliativos, o dar as mãos e “palmadinhas” nas costas nunca será suficiente. Não poderemos nunca esquecer que ajudar uma pessoa, tal como a Rita, a fazer o longo e (talvez) penoso trajecto de uma doença incurável e progressiva exige aos profissionais de saúde a conciliação entre a perícia técnica e disponibilidade emocional para tal. Custa-me a crer que profissionais assoberbados em trabalho, cansados pelas exigências profissionais, sem tempo para elaborarem as suas perdas (nomeadamente de doentes) consigam ter “cabeça e coração” para esta tarefa.
Mas em cuidados paliativos, muitas vezes, os profissionais de saúde são esquecidos da equação da prestação de cuidados – “Se eu não cuidar de mim, quem cuidará?”. Os doentes têm direito a receberem cuidados de profissionais que cuidam deles próprios. È por esse motivo que num espaço dedicado ao dia mundial dos cuidados paliativos se fala não só nos doentes, mas também naqueles que os ajudam – os profissionais de saúde.
Atrevo-me, no entanto, a dizer que profissionais não são só médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, técnicos de serviço social, entre tantos outros. Profissionais são também aqueles que acordam de noite quando um ente querido sofre com dores. Profissionais são aqueles que abnegadamente dedicam o seu tempo e carinho a confortar e aliviar os medos do doente (e tantos são!!). Profissionais são também aqueles que trabalham 24h por dia nos bastidores, e cujas tarefas são tantas vezes desvalorizadas. Profissionais são os pais, mães, irmãos, filhos, avós, vizinhos e amigos que estão ao lado dos seus doentes.
Também estes profissionais precisam de tempo para eles e disponibilidade emocional para ajudarem o outro. Estes profissionais, à semelhança dos outros, precisam de alguém que também cuide deles.
Já muito se fez, embora por vezes não pareça, e muito está planeado. Mas a batalha dos e pelos cuidados paliativos é travada todos os dias por aqueles que enfrentam estas situações. Pelos doentes, pelos seus familiares e pelos profissionais de saúde. Esta batalha não terá um fim próximo. Ainda há muito para fazer de modo a que uma percentagem significativa dos doentes consiga dizer, tal como a Rita, “tudo vale a pena”. Mas, para que essa meta esteja cada vez mais próxima, temos de manter viva dentro de nós a ideia de que não podemos baixar os braços. Não podemos ceder ao facilitismo de dizer “falam, falam e não os vejo a fazer nada”. Falem! Mas façam! Este é um imperativo ético nos nossos dias.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Burnout ou exaustão

Burnout é o estado de exaustão física, emocional e mental que resulta do envolvimento intenso com pessoas, numa situação prolongada e emocionalmente demandante.
Surge como resultado de uma tensão emocional crónica e do excessivo esforço que supõe o contacto contínuo e exaustivo com outras pessoas, particularmente quando estas estão em situações difíceis. Não é qualquer coisa que se teve e já não se tem. É sim um fenómeno que se decompõe em sequências temporais e graduais que podem ter diversas manifestações.

Sintomas:
 Perda de interesse, aborrecimento, decepção emocional, desencorajamento, depressão;
 Sensação de ser ultrapassado, incompetente, incapaz de se organizar;
 Dificuldades de atenção, concentração e memória;
 Fadiga, insónias, dores de cabeça, alergias, etc.
 Dificuldades relacionais, instabilidade, isolamento, auto-medicação, consumo de substâncias;
 Empatia impossível, desapego emocional, irritabilidade, agressividade, rejeição.

Se apresentar estes sinais, procure ajuda.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Luto complicado


1.Não consegue falar do objecto perdido sem se emocionar
2. Factos menores desencadeiam reacções de luto
3. Tristeza não justificada em determinadas circunstâncias
4. Apresenta sintomas físicos semelhantes ao objecto perdido
5. Fobia de doença ou de morte relacionada com a do objecto perdido
6. Compulsão para imitar traços do objecto perdido, ou sensação de contínuas obrigações para com ele
7. Mudanças radicais e/ou prematuras no estilo de vida, com exclusão de actividades associadas ao objecto perdido
8. História prolongada de depressão com culpa persistente e diminuição da autoestima, por vezes com impulsos auto-destrutivos
9. Não quer mexer nos pertences do objecto perdido
10. Comportamento "seco", como se nada tivesse acontecido, evitando referências ao objecto perdido

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Fases esperadas num processo de luto


Choque/Negação
• Estado de choque/Embotamento afectivo/Entorpecimento
• Incredulidade/Negação
• Procura

Desorganização/Desespero
• Dor emocional
Choro
Tristeza, desgosto
Depressão
Anedonia
Ansiedade, inquietação
Disforia
Tensão, agitação
Medo de enlouquecer, de não se adaptar, de entrar em colapso
• Desespero (transitório)
Perda de finalidade
Ausência de desejo de continuar a viver
• Queixas somáticas
Cefaleias
Problemas digestivos
Dispneia, suspiros, boca seca
Visão desfocada
Palpitações
Dores musculares
Nó na garganta
Doenças infecciosas
Fadiga, lassidão
• Preocupações
• Dificuldade de concentração, défice cognitivo
• Culpa, Remorso
• Irritabilidade, protesto, ressentimento, raiva
• Conduta alterada
• Ruptura de actividade
• Isolamento, intensa solidão

Reorganização/Recuperação
• Reconhecer a perda
• Limitar papéis antigos
• Adquirir novos papéis
• Voltar ao trabalho
• Procurar novas relações

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O que é a Agonia?


 Fase fisiológica caracterizada por mudanças clínicas, fisiológicas, com aparecimento de novos sintomas e agravamento dos já existentes.
 Duração de horas ou dias.

• Como reconhecer a proximidade da morte?
 Deterioração evidente e progressiva do estado físico, acompanhada de oscilação/diminuição do nível de consciência;
 Desorientação e dificuldades de comunicação;
 O doente pode passar o dia todo acamado e pode entrar em coma;
 Dificuldade progressiva na ingestão e deglutição – desinteresse pelos alimentos (sólidos ou líquidos);
 Falência de múltiplos órgãos (diminuição da diurese, retenção urinária, edemas periféricos, farfalheira), acompanhada por vezes de falência do controlo dos esfíncteres;
 Alterações da temperatura corporal e da coloração da pele (livores e cianose);
 Sintomas físicos variáveis de acordo com a patologia de base – as alterações da respiração e da consciência têm maior relevo;
 Sintomas psico-emocionais como angústia, agitação, crises de medo ou pânico, pesadelos, manifestados de acordo com a gravidade do estado do doente;
 Evidência ou percepção emocional da realidade da proximidade da morte;

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Cuidados Continuados em Nisa


A Equipa de Coordenação Local de Nisa existe desde Agosto de 2007, é constituída pela Srª Enfª Maria Manuela Barreto, Drª Cândida Paula Martins e Drª Lurdes Pessoa. Esta equipa é responsável pelo encaminhamento dos utentes dos Concelhos de Portalegre, Nisa, Castelo de Vide e Marvão.
Já foram referenciados a esta Equipa 164 utentes, sendo a maior parte referenciados pela Equipa de Gestão de Altas (EGA) do Hospital Drº José Maria Grande, destes 101 foram internados nas várias unidades (Convalescença, Media, Longa e Paliativos). Destes 45 foram internados em Lar, UAI, faleceram ou recusaram o internamento; 8 aguardam vaga.
Os utentes podem ingressar na Rede Nacional de Cuidados continuados integrados através de duas proveniências:

1 – Hospital:
Mediante proposta da equipa Local de Gestão de Altas que propõe à Equipa de Coordenação Local (ECL) do local da área de residência do doente.

2 – Domicilio:
Esta proposta deve ser feita através de proposta médica fundamentada na sequência de diagnóstico da situação de dependência, apresentado à ECL.

Para admissão em unidade ou equipa é necessário obter o prévio consentimento, expresso por escrito por parte do utente ou do seu representante. Compete ao representante da Segurança Social calcular e informar previamente o utente da sua comparticipação sendo esta uma condição indispensável para a admissão de doentes nas unidades.


CRITÉRIOS DE SELECÇÃO

Unidade de Convalescença (Internamento até 30 dias)

Sempre que o doente necessite de procedimentos de reabilitação e de cuidados de enfermagem e apoio médico que devam ser prestados durante 24 h/dia, mas sem indicação para internamento em hospital de agudos. Os cuidados pois agudos a prestar têm como objectivo o tratamento orientado, imediatamente após um episódio de doença aguda, traumatismo, ou a exacerbação da doença crónica.

Unidade de Média duração e Reabilitação (Internamento até 90 dias)

Sempre que o doente esteja estável, mas com indicação para reabilitação e cuidados de enfermagem que devam ser prestados durante 24 h/dia, mas sem indicação para a revisão diária de terapêutica.

Unidade de Longa Duração e Manutenção (Internamento superior a 90 dias)

Sempre que o doente necessite de ajuda para a realização das actividades de vida diária, de cuidados de enfermagem que devam ser prestados durante 24 h/dia e não existam condições que permitam a permanência no domicílio.
O período de internamento previsto é indeterminado e superior a 90 dias.

Unidade de Cuidados Paliativos

Sempre que se verifique uma situação de doença crónica (oncológica ou não), em que terapêutica activa não tem eficácia e o doente apresenta indicação para cuidados paliativos que não possam ser prestados no domicílio.
O período de internamento previsto é indeterminado.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

controlo da dor... pois!

Medidas gerais para controlo sintomático: Astenia

• Controlar a dor antes das refeições;
• Aconselhamento dietético;
• Deve comer o que deseja e quando tiver fome;
• Benefícios psicológicos dos suplementos alimentares;
• Preferir ovos, queijo, peixe e frango;
• Pratos pequenos e atractivos;
• Comer à mesa, acompanhado e com traje adequado;
• Ter em atenção o estado da cavidade oral;

Medidas gerais para controlo sintomático: Dispneia (dificuldade em respirar)

• Permitir a expressão de angústias, dando respostas tranquilizadoras;
• Colocar o quarto no rés do chão, numa divisão ampla, arejada, fresca, com boa ventilação, evitando móveis que dificultem a movimentação;
• Disponibilizar alguém para ajudar o doente nas actividades de vida diárias;
• Ensinar o doente a fazer períodos de descanso entre cada actividade e a executar as diferentes tarefas, sempre que possível, sentado;
• Evitar a utilização de roupas muito apertadas, quentes, desconfortáveis ou que exijam grande esforço para o doente as vestir;
• Terapias complementares – yoga, musicoterapia, acupunctura.

Medidas gerais para controlo sintomático: Disfagia (dificuldade em engolir)

• Comer sentado;
• Refeições fraccionadas e frequentes;
• Dar pequenas quantidades de comida, devagar e em pequenos pedaços;
• Nunca retirar a dentadura, se a tiver, mastigar muito bem e engolir devagar;
• Não comer comidas secas ou gelatinosas, não comer pão mole;
• Ao beber não deve inclinar a cabeça para trás;
• Beber bebidas com gás durante a refeição e após esta;
• Aumentar a ingestão de líquidos;

Medidas gerais para controlo sintomático: Anorexia e caquexia

• Refeições pequenas, diversificadas, à vontade do doente, evitando-se os cheiros, comida ácida ou quente;
• Tabuleiro mais pequeno e apelativo;
• Arranjar a mesa no local habitual;
• Pratos mais pequenos, coloridos e de louça;
• Talheres metálicos e pequenos;
• Taças transparentes coloridas com alimentos coloridos;
• Gelatinas, iogurtes, sopas pastosas, compotas, peixe, gelados, não apresentar comida em embalagens fechadas;
• Copos transparentes de vidro, água com sumo ou chá, não usar sumos muito doces.

Medidas gerais para controlo sintomático: Náuseas e Vómitos

• Ambiente confortável e evitar o odor dos alimentos;
• Tranquilidade e evitar clima de tensão;
• Pequenas refeições, mais frequentes e em intervalos regulares;
• Reduzir a quantidade de alimentos e o tamanho dos pratos;
• Dietas com baixo teor em gorduras, preparações frias com pouco sabor;
• Alimentos secos ou de fácil digestão;
• Ingestão de líquidos – bebidas insípidas;
• Boa higiene oral e banhos regulares de modo a evitar os maus odores;

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Princípios dos Cuidados Paliativos

Os cuidados paliativos afirmam a vida e aceitam a morte como um processo
natural, pelo que não pretendem provocá-la ou atrasá-la, através da eutanásia
ou de uma “obstinação terapêutica” desadequada.

Os cuidados paliativos têm como objectivo central o bem-estar e a qualidade
de vida do doente, pelo que se deve disponibilizar tudo aquilo que vá de
encontro a essa finalidade, sem recorrer a medidas agressivas que não tenham
esse objectivo em mente.

Os cuidados paliativos promovem uma abordagem global e holística do
sofrimento dos doentes, pelo que é necessário formação nas diferentes áreas
em que os problemas ocorrem – física, psicológica, social e espiritual – e uma
prestação de cuidados de saúde verdadeiramente interdisciplinar. Médico,
enfermeiro e assistente social serão os elementos básicos da equipa mas são
desejáveis outros contributos, equacionados sempre em função das
necessidades do binómio doente-família.

Os cuidados paliativos são oferecidos com base nas necessidades e não
apenas no prognóstico ou no diagnóstico, pelo que podem ser introduzidos
em fases mais precoces da doença – qualquer que ela seja -, quando o
sofrimento é intenso e outras terapêuticas, cuja finalidade é prolongar a vida,
estão a ser utilizadas.

Os cuidados paliativos, tendo a preocupação de abranger as necessidades das
famílias e cuidadores, prolongam-se pelo período do luto. A unidade receptora
de cuidados é sempre “doente e família” e não devem considerar-se realidades
desligadas.

Os cuidados paliativos pretendem ser uma intervenção rigorosa no âmbito
dos cuidados de saúde, pelo que utilizam ferramentas científicas e integram-se
no sistema de saúde, não devendo existir à margem do mesmo.

Para reflectir...


O que são cuidados continuados integrados?

Cuidados Continuados Integrados correspondem ao conjunto de intervenções sequenciais integradas de saúde e apoio social, derivadas da avaliação conjunta das necessidades dos pacientes, com o objectivo de se alcançar a recuperação global da pessoa. É o processo terapêutico e de apoio social, activo e contínuo que visa promover a autonomia, melhorando a funcionalidade da pessoa em situação de dependência com base na reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social.

O que são cuidados paliativos?

Cuidados globais prestados aos doentes com doença severa ou avançada, incurável, progressiva, sem resposta à terapêutica curativa e dirigida à doença.
O objectivo central é proporcionar a máxima qualidade de vida possível, integrando o controlo de sintomas, a comunicação adequada e o apoio à família. Incluem os cuidados prestados no luto e promovem uma abordagem sistémica dos casos. Apoiam-se num trabalho de equipa interdisciplinar, devidamente treinada para esta função. Respeitam o processo natural do morrer.

Para Ler e Ver...

  • Amara, Como cuidar dos nossos
  • Marie de Hennezel, Arte de Morrer
  • Marie de Hennezel, Diálogos com a Morte
  • Mitch Albom, As Terças com Morrie
  • Morrie Schwartz, Amar e viver: Lições de um mestre inesquecível
  • Tsering Paldrom, Helena Atkin e Isabel Neto, A dignidade e o sentido da vida: reflexões sobre a nossa existência