quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Compressão metastática da medula (Compressão medular)


A compressão medular é uma complicação rara do cancro. As pessoas com cancro correm o risco de que este se espalhe para outras partes do corpo, incluindo fígado, pulmões e ossos. Quando o cancro se espalha diz-se que surgem metástases. As metástases medulares são aquelas que afectam a coluna vertebral. Estas são dolorosas e podem levar à compressão da medula – as metástases pressionam os nervos que transportam as mensagens entre o cérebro e o resto do corpo.

Sintomas de metástases medulares:
 Dor na parte mediana ou superior das costas ou pescoço;
 Dor severa na parte inferior das costas, que se agrava ou não desaparece;
 Dor nas costas que é agravada quando se tosse, espirra ou quando se vai à casa de banho;
 Dor nas costas que dificulta o dormir;

Sintomas de compressão medular:
 Banda de dor nos braços, pernas ou à volta do corpo;
 Dormência, fraqueza ou dificuldade em usar pernas e braços;
 Dificuldade em controlar a bexiga e intestinos.

Tratamentos:
 Procure o seu médico com urgência;
 Analgésicos – Medicamentos para aliviar a dor;
 Bifosfanatos – Medicamentos que ajudam a aliviar a dor e proteger os ossos da coluna;
 Corticosteróides – Medicamentos que ajudam a reduzir o inchaço e aliviar a pressão do cancro na medula;
 Vertebroplastia – Injecções de um cimento de ossos especial na medula que ajuda a aliviar a dor e fortalecer a coluna;
 Radioterapia – Tratamento de radiação dirigido à coluna para destruir as células cancerígenas e aliviar a pressão na medula;
 Cirurgia – Operação para ajudar a aliviar a pressão na coluna vertebral e fortalecer esta.

Os profissionais de saúde podem pedir-lhe que se deite e tente ficar imóvel para reduzir o movimento e proteger a medula. Quando o seu médico assistente achar que o movimento não o colocar em risco pode começar por se sentar. Quando se conseguir sentar em segurança, por si só, pode pedir apoio para se deslocar.

Atenção:
Se a compressão medular não for tratada por provocar paralisia permanente e morte precoce.

(Adaptado das guias orientadoras para o tratamento da compressão medular desenvolvidas pelo “National Institute for Health and Clinical Excellence”, Novembro de 2008.)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Coping no doente com dor crónica


RESUMO

Coping” é o que as pessoas fazem para tolerar eventos estressantes, entre os quais a dor está incluída. O estudo visou à identificação das estratégias para o enfrentamento da dor (“coping”) utilizadas por 89 doentes com dor crónica e à busca de associações entre estas e variáveis sociodemográficas dos doentes e características da dor. As estratégias de “coping” foram identificadas por meio da pergunta “O que melhora a sua dor?” e “O que ajuda no controle da dor?”, e classificadas de acordo com o proposto por Rosenstiel e Keefe(5) no Questionário de Estratégias de “coping” (QEC). Os doentes eram mulheres em 55,1% dos casos, a idade média foi 51,6 anos e o desvio padrão de 17,6 anos. Houve predomínio de doentes com escolaridade entre um a quatro anos (37%).

A dor era relacionada ao câncer em 35,9% dos casos, de origem muscular em 24,7% das vezes, neuropática em 13,5% dos doentes, de outra etiologia em 4,6% dos doentes e desconhecida no restante dos casos. Observou-se dor com intensidade igual ou superior a 5 em 70,8% das vezes (escala de 0 a 10). A média de intensidade de dor foi 6,4 (desvio padrão = 2,8), a mediana foi 7. As estratégias de “coping” mais utilizadas (92,4%) foram as da categoria realizar actividades específicas para o controle da dor (tomar remédio, aplicar calor local, deitar, entre outras). A 2a categoria mais escolhida foi rezar e esperar (4,7%), que compreende estratégias como rezar, ter fé em Deus, no médico, entre outras. A 3a categoria mais frequente (2,9%) foi realizar actividades gerais (sair de casa, fazer algo de que gosta, fazer algum trabalho, etc.).

Não se observaram estratégias pertencentes às categorias distrair a atenção, reinterpretar as sensações de dor, auto-afirmações de “coping”, ignorar sensações e catastrofização. A ausência de estratégias em diversas categorias e a pequena frequência de ocorrência em outras sugerem que os doentes têm repertório de estratégias de “coping” pobre, o que pode ser diagnosticado como “coping” ineficaz. Há necessidade de programas educativos sobre “coping” da dor.

Palavras-chave: Dor crónica, “coping”, terapêutica da dor, cognição.

Profa. Dra. Cibele Andrucioli de Mattos Pimenta1
Profa. Dra. Diná de Almeida Lopes Monteiro da Cruz1
Enfa. Geana Paula Kurita2

1 - Enfermeira e Doutora em Enfermagem e Professora Associada do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da USP.
2 - Enfermeira e Mestre em Enfermagem e Aluna de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem na Saúde do Adulto da Escola de Enfermagem da USP.

In, www.cuidadospaliativos.com.br, acedido em 25 de Novembro de 2008.

Para Ler e Ver...

  • Amara, Como cuidar dos nossos
  • Marie de Hennezel, Arte de Morrer
  • Marie de Hennezel, Diálogos com a Morte
  • Mitch Albom, As Terças com Morrie
  • Morrie Schwartz, Amar e viver: Lições de um mestre inesquecível
  • Tsering Paldrom, Helena Atkin e Isabel Neto, A dignidade e o sentido da vida: reflexões sobre a nossa existência