Estatisticamente 50% das pessoas vão morrer com cancro e 90% morrem com doença prolongada. Para além disso, com o aumento da esperança de vida, as pessoas vão durante mais tempo enfrentar todas as consequências do envelhecimento, antecipando-se o aumento das suas necessidades. Conscientes da urgência de intervenção para o alívio do sofrimento, o Centro de Saúde de Nisa decidiu criar este espaço para que doentes e seus familiares possam colocar questões e partilhar experiências.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Dor
Dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada com lesões dos tecidos, potenciais ou reais, ou descritas em termos dessas lesões. A dor deixou de ser apenas um sintoma, para ser de facto um problema que aflige muitas pessoas com doenças crónicas, incapacitantes e/ou terminais. No entanto, uma morte sem dor, não é uma utopia. Nas situações de doença terminal, a dor pode ser consequência da doença, dos tratamentos e medicação, da debilitação provocada pela doença, mas também pode ser elicitada por factores psicológicos, tais como por exemplo, a angústia de querer expressar os seus sentimentos e não ter apoio para tal. Deste modo, deve-se distinguir entre “nocicepção” e “dor”. A nocicepção refere-se à informação sensorial capaz de ser percepcionada como dor. Por outro lado, a dor pode ser relatada mesmo na ausência de estimulação nociceptiva. A dor é um fenómeno somato-psíquico modulado pelo humor do paciente, pela moral do paciente e, pelo significado que a dor assume para o paciente.
Para além disso, existem vários tipos de dor, sendo a principal distinção entre dor aguda e dor crónica (Quadro 1).
1. Dor aguda – Este tipo de dor tem uma duração inferior a 6 meses (p.e. dor de dentes). Regra geral, este tipo de dor é sintomática, a doença que a origina é causada por agentes externos e é de curta duração e, o tratamento pode eliminar os sintomas e curar a doença subjacente. É este tipo de dor que se aproxima mais da noção de nocicepção.
2. Dor crónica, periódica – É um tipo de dor aguda mas intermitente (p.e. cefaleias). A dor crónica periódica distingue-se da dor aguda, pois tem de ter uma duração superior a 6 meses, mas também pelo facto de não ser necessária a existência de uma lesão orgânica subjacente.
3. Dor crónica, progressiva – Este tipo de dor está associada a doenças graves como é o caso do cancro, SIDA, etc. e, pode ser uma indicação de que a doença está a progredir (embora não seja sempre o caso, já que a dor é um fenómeno multi-factorial).
4. Dor induzida experimentalmente – Estimulação nociceptiva induzida em laboratório, através de, por exemplo, choques eléctricos, calor e frio.
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