Estatisticamente 50% das pessoas vão morrer com cancro e 90% morrem com doença prolongada. Para além disso, com o aumento da esperança de vida, as pessoas vão durante mais tempo enfrentar todas as consequências do envelhecimento, antecipando-se o aumento das suas necessidades. Conscientes da urgência de intervenção para o alívio do sofrimento, o Centro de Saúde de Nisa decidiu criar este espaço para que doentes e seus familiares possam colocar questões e partilhar experiências.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
O papel da quimioterapia no final de vida: até quando é necessária?
Em final de vida, a quimioterapia pode não prolongar a vida e pode até encurtá-la;
A quimioterapia produz efeitos secundários adversos, precipitando hospitalizações e idas ao banco de urgência;
A quimioterapia para tumores sólidos metastizados, tais como os do pulmão, mama, cólon ou próstrata, raramente curam os doentes. Este tratamento visa melhorar a sobrevivência, aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida;
Os doentes tendem a aceitar os tratamentos de quimioterapia mesmo que a probabilidade de obter benefícios seja muito pequena;
Porque os doentes tendem a agarrar-se a pequenas esperanças, os oncologistas devem melhorar as suas capacidades para ajudarem os doentes a pensar claramente sobre a adequação da quimioterapia;
É necessário discutir claramente a qualidade e quantidade de vida de se realizar ou não tratamento com quimioterapia;
Devem existir benefícios claros no tratamento de quimioterapia para dada situação;
Os cuidados paliativos em conjunto com os cuidados oncológicos podem melhorar os resultados em termos de saúde.
Adaptado de Harrington, S. & Smith, T. (2008). The role of chemotherapy at the end of life: “when is enough, enough?”. JAMA, 299 (22), p. 2667-2678.
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